Jogue o Lixo no Lixo *Por Thiago Lima

Todos nós sabemos que jogar lixo no chão é errado. Faz parte da boa educação sempre jogar o lixo no lugar certo. Se não aprendemos em casa, sempre somos alertados todos os dias por pessoas ou placas. Mas, então, por que muitas pessoas ainda jogam lixo na rua? Muitas vezes essa pergunta me veio a tona. É verdade que as vias públicas possuem pessoas responsáveis por sua limpeza, os garis, mas não é por esse motivo que tenho o direito de continuar emporcalhando a rua, certo?

A responsabilidade individual e a boa educação para o convívio em sociedade é algo que deve ser treinado todos os dias. Não podemos prestar atenção apenas em nossa vida quando vivemos e compartilhamos espaço com outras pessoas. Ter um bom senso de qual é o seu espaço e como nossos atos interferem nas outras pessoas é fundamental para a nossa vida em sociedade. Se ao sujar uma via pública, jogando uma latinha no chão por exemplo, eu posso contribuir com o entupimento de um bueiro por exemplo, esse ato não contribui para uma vida harmoniosa em sociedade.

Principalmente em grandes cidades uma boa parte do orçamento é gasta com a limpeza dos rios, para catar lixo jogado indevidamente nas vias públicas, ou na limpeza de galerias subterrâneas, sujas pelos mesmos motivos. Esse trabalho é feito para evitar enchentes. Esse é um dinheiro que poderia ser empregado em outras áreas de nossa sociedade, caso mais gente tivesse consciência que deve-se jogar lixo no local certo.

Mesmo em grandes festas não se deve jogar lixo em locais errados. Quando estiver nas vias públicas ou estradas é sempre bom lembrar que jogar lixo na rua ou arremessar pelo vidro é uma atitude errada e feia. Deve-se sempre levar o lixo contigo até a lixeira mais próxima. Nós sempre soubemos e somos constantemente alertados sobre isso, mas nunca é demais lembrar. Vamos botar em prática a nossa melhor versão, fazer o que é correto sempre, mesmo que pra isso precisemos ficar puxando nossa orelha todos os dias, e nos esforçar individualmente para que tenhamos uma sociedade com convívio mais harmônico.

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*Thiago Lima

Tecnologia, Inovação, Educação e Empreendedorismo – É assim que mudamos o Brasil. Sou Engenheiro Eletricista, estudante de mestrado do Rochester Institute of Technology e Diretor de Marketing do site Embarcados. Faço parte da Plataforma Ituiutaba Lixo Zero onde escrevo para esse jornal regularmente.

Programa Lixo Orgânico Zero em Lages-SC

*Por Germano Güttler

O Programa Lixo Orgânico Zero (PLOZ) teve início na cidade de Lages no final do ano de 2012. Este programa começou a ser idealizado em 2005, quando fazíamos trabalhos de extensão universitária em escolas públicas, de primeiro e segundo grau, que tinham como objetivo a implantação de hortas nestas escolas. E nessas hortas sempre utilizamos os resíduos orgânicos das cozinhas destas escolas. Entretanto, estes trabalhos apresentavam pequenos resultados, pois fazer uma horta é uma atividade cansativa e que exigia muito esforço físico de professoras e estudantes. Em cerca de sete anos desta atividade, tínhamos 4 ou 5 escolas que conseguiam, com muito esforço, manter hortas produzindo hortaliças.

Horta PLZO Lages

Foi nesta época que mudamos o foco dos trabalhos pois verificamos que o lixo orgânico era um dos maiores problemas ambientais de nossa cidade. Colocamos como prioridade o manejo destes resíduos orgânicos e, sempre que possível, utilizando estes resíduos para montar uma horta. A horta passou a ser uma consequência da compostagem. Nessa época, no ano de 2012, foi quando criamos um sistema mais eficiente e mais fácil para usar estes resíduos e batizamos esta nova técnica de mini compostagem ecológica (MCE).

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As MCEs que criamos não eram somente uma compostagem. A MCE é um método diferente de fazer uma horta. Consiste nas seguintes etapas:

  • Separar, na origem (nas cozinhas), os resíduos orgânicos dos demais resíduos sólidos;
  • Escolher um local para fazer a MCE. Pode ser um canteiro no solo, uma jardineira, um grupo de vasos, entre outros;
  • Os resíduos orgânicos devem ser colocados sobre a terra, concentrados em uma camada de 8 a 20 cm de altura, sem espalhar;
  • Deve-se cobrir os resíduos orgânicos com uma camada de 3 a 5 cm de material orgânico de difícil decomposição e granulometria fina, tais como grama cortada, serragem, cinza de termoelétrica, folhas secas trituradas, podas de jardim trituradas entre outros;
  • Repetir este processo diariamente colocando os resíduos orgânicos lado a lado cobrindo o solo sem deixar espaços entre as colocações, formando uma compostagem laminar sobre o solo que vai, a cada dia, cobrindo mais uma área deste solo;
  • É necessário mexer com um garfo de jardim algumas vezes (geralmente uma vez por semana), facilitando a oxigenação da compostagem, pois evita a presença de moscas, elimina eventual mau cheiro e acelera o processo de decomposição. Sempre que for necessário, após a aeração, cobrir novamente com os mesmos materiais para que os resíduos orgânicos não fiquem visíveis;
  • Após 30 a 40 dias a compostagem estará pronta, e devemos plantar mudas ou sementes de hortaliças, temperos, chás, flores sobre o material já decomposto. Este processo também pode ser realizado em um local fechado (como uma garagem) e o material, depois de pronto, pode ser levado para uma horta ou jardim.

Seguindo estas orientações, o solo fica completamente coberto com uma espessa camada de matéria orgânica humificada. Todas sementes ou plantas, que estavam neste solo, são sufocadas por esta camada e a vegetação não brota e as sementes de inços não germinam. Portanto, o solo do canteiro não necessita ser virado com pá e também não se faz necessário o uso de enxadas para capina após o plantio das hortaliças. Esta espessa camada também mantém elevada a umidade do solo e a irrigação pode ser reduzida em 60 a 80% quando comparada com uma horta tradicional.

Acreditamos que as nossas MCEs resultam em hortas que exigem menos de 20% do trabalho necessário para montar e manter uma horta tradicional. A MCE forma uma horta que dispensa o uso de pás, enxadas e quase dispensa o uso de regadores e mangueiras. A facilidade em montar uma horta sobre uma MCE é tão evidente que, durante os anos de 2013 e 1014, este sistema foi amplamente divulgado pela nossa cidade e mais de 100 escolas aderiram ao projeto e atualmente (final de 2015) mais de 70 destas escolas estavam mantendo o projeto mesmo sem acompanhamento e orientação dos bolsistas do projeto, mostrando que é uma tecnologia social, aberta e de fácil propagação.

PLZO LAges

Utilizando as escolas públicas e as agentes de saúde do município como base de divulgação desta proposta, e apostando na capacidade de auto disseminação da tecnologia das MCEs, acreditamos que atingimos, com um baixíssimo custo, cerca de sete a dez mil residências, aumentando a compostagem residencial para mais de 30% dos domicílios de nossa cidade.

 

Para acompanhar as notícias e aprender mais curta a página do projeto no Facebook: https://www.facebook.com/lixorganicoZERO

Germano Güttler é Professor do Departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Contato: 49 9992-6171

 

Descartável é coisa do passado

 

Por Alice Drummond

A vida anda cada vez mais corrida e há uns bons 20 anos você começou a desfrutar da praticidade dos descartáveis, não foi?

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A partir daí, tudo ficou mais fácil na sua vida. As festas já não eram mais trabalhosas como as de antigamente porque ao final você tinha apenas que colocar tudo em sacos plásticos e colcoar no “lixo”.  Nada de lavar louças, guardá-las, tudo era descartável.

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Você percebeu isso também nos corredores das empresas, nos consultórios e em órgãos públicos onde os copos descartáveis também acabou tornando a vida das pessoas muito mais fácil e prática. Com copos descartáveis ninguém tinha mais trabalho nem complicação, certo?  Errado. Erradíssimo.

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Errado, porque você não contava que todo esse material descartável utilizado por você, sobretudo o plástico, começou a virar um problemão que pode ser visto por você e por todos nós nas ruas, nos lixões, nos terrenos baldios, nos córregos que correm para os rios que correm para os mares que já estão super poluídos e que, em 2025, estima-se que para cada 3 toneladas de peixes existentes  haverá uma de plástico. E ainda, que se você não agir agora e tratar de repensar esse uso indiscriminado de descartáveis, em 2050 você verá mais plástico que peixe.

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Você não contava também que o custo de extração da matéria-prima, da produção do material descartável e do transporte para que ele chegue numa loja onde você possa comprá-lo é alto demais para que esse material dure em média 20 minutos nas suas mãos. Se você considerar o “copo plástico”, esse coitado, dura por volta de 20 segundos nas suas mãos e já vai para o “lixo” que vai parar geralmente onde não deve.

Você, por algum acaso já parou para pensar nisso?

Que o preço que você está pagando por usar tanto descartável é alto demais e que essa conta está ficando cada vez mais cara para você?

E pior, que ela será debitada na conta dos seus lindos filhos e sobrinhos e netos que você ama tanto mas que, coitados, estão por fora dessas questões, consumindo mais descartáveis do que nunca e acreditando que essa é a lógica da vida? Descartáveis esses que VOCÊ coloca em suas mãos?

Lembre-se que, antes de qualquer coisa, você deve REDUZIR o tanto de lixo que você produz, e você vai conseguir fazê-lo facilmente se começar a PENSAR em reduzir o uso de descartáveis. Confira aqui algumas sugestões de como fazê-lo.

Lembre-se ainda que sim, você é  capaz de rever conceitos, rever atitudes, rever posturas. Você é capaz de promover melhores atitudes e qualidade de vida. Você é capaz de fazer e de influenciar pessoas. Quanto mais você fizer mais promoverá essa ideia.

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Alice Drummond é consultora em gestão de resíduos sólidos, especialista pela UnB e mestre em Governança de Resíduos pela Sorbonne Nouvelle Paris 3.