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SEMANA LIXO ZERO ITUIUTABA

Uma semana dedicada à prevenção, redução e destinação adequada dos resíduos sólidos.

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A Semana Lixo Zero Ituiutaba aconteceu do dia 20 a 29 de outubro e fez parte da Semana Lixo Zero Brasil, idealizada pelo Instituto Lixo Zero Brasil. Aconteceram mais de cinco mil eventos em todo o país, distribuídos em 30 cidades, incluindo 10 capitais

A Lei Municipal 4.520 de 14 de setembro de 2017  institui no município de Ituiutaba a Semana Municipal Lixo Zero toda última semana de outubro.

Em Ituiutaba, 19 eventos reuniram mais de 500 pessoas em palestras e oficinas práticas promovendo reflexões e anunciando tendências, inclusive através de filmes em língua inglesa. Houve cobertura da imprensa através de entrevistas em rádio e TV além de difusão abrangente nas redes sociais.

Voluntários da Plataforma Ituiutaba Lixo Zero e funcionários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ituiutaba se organizaram nas seguintes ações tratando de

  1. Perspectiva de redução de resíduos destinados ao lixo
  2. Necessidade de informação sobre como separar o lixo
  3. Educação para olharmos para os itens de consumo para ver novas forma de aproveitamento
  4. Estimular a separação de cascas e restos de alimentos (resíduo chamado de orgânico)
  5. Visita guiada ao aterro Sanitário e à COPERCICLA
  6. Oficinas de confecção de sabão com óleos comestíveis já usado
  7. Inovação em moda com reuso de tecidos
  8. Oficina de compostagem para preparação de adubo

O balanço da Semana Lixo Zero Ituiutaba revelou motivação e interesse da comunidade em conhecer seu papel na redução do lixo, amenizando os efeitos negativos da acumulação e destinos incorretos do que sobra. Há entusiasmo ao saber de iniciativas positivas acontecendo aqui e em outras cidades.

A Plataforma Ituiutaba Lixo Zero juntamente com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente agradece a todos que possibilitaram a realização dos eventos e a todos os participantes.

 Ano que vem tem mais, mas não se esqueçam, de cá pra lá podemos fazer muito, e, muito bem.

Acesse: https://www.facebook.com/plataformaituiutabalixozero/ e curta nossa página para se manter informado.

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Pastoral da Criança promove ação de capacitação em compostagem

A Pastoral da Criança da Diocese de Ituiutaba do Bairro Satélite Andradina se reuniu no último dia 16 de setembro acerca do tema compostagem.

A Pastoral da Criança tem planos de, num futuro próximo, implantar a compostagem comunitária no terreno da Igreja. Visando a conscientização da população ao redor, e seu engajamento, uma série de ações vem sendo desenvolvida com as famílias participantes.

No último dia 16 de setembro, dia do aniversário da cidade de Ituiutaba, o tema da vez foi separação dos resíduos domiciliares em três frações e a compostagem doméstica individual. Para falar sobre esse tema, Regina Moura, fisioterapeuta e adepta a hábitos lixo zero, foi convidada para relatar sua experiência acerca da compostagem domiciliar individual.

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Regina falou aos participantes sobre a importância da separação da fração orgânica dos resíduos domésticos –  resíduos recicláveis, orgânicos e rejeitos -, e explicou o processo que ela adotou para fazer a compostagem em sua casa.

No intuito de promover a reflexão e chamar atenção para a prática, Regina demonstrou o processo adotado. Segundo seu método, a fração orgânica ideal para a compostagem é a que contém cascas de frutas, verduras, legumes, ovos e borra de café. Regina explicou que essa mistura adicionada à serragem (ou matéria orgânica vegetal como folhas secas), remexida algumas vezes por semana vai, ao fim de um período de mais ou menos 90 dias, se transformar num excelente adubo orgânico, chamado composto.

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SA_ReginaMoura_2Foram duas horas de bate papo, compartilhamento de ideias, experiências e perspectivas.

O resultado foi positivo e segundo a Meire, coordenadora das ações da Pastoral da Criança no bairro: “Foi muito bom, muito proveitoso, o pessoal gostou bastante. Pelo menos quatro famílias disseram que vão fazer a compostagem doméstica individual. ”

Pastoral da Criança no Satélite Andradina levando conhecimento às famílias através de ações práticas. Um exemplo a ser seguido.

A Plataforma Ituiutaba Lixo Zero parabeniza os envolvidos e agradece a disponibilidade da Regina Moura, de quem somos fãs incondicionais.

E você, quer aprender a fazer compostagem?

Entre em contato conosco pelo email: lixozeroitba@gmail.com,

pelo blog: www.plataformaituiutabalixozero.wordpress.com

ou pelo facebook: www.facebook.com/plataformaituiutabalixozero

 

 

Compostagem Doméstica: será mesmo possível?

*Alice Drummond

Você sabia que cerca de 50% dos resíduos gerados em nossas casas é feito de resíduos orgânicos, dentre eles: cascas cruas de frutas, verduras e legumes, cascas de ovos, borra de café e grãos e sementes?

E que são esses os ingredientes perfeitos para a produção de um belo composto orgânico, mais conhecido como adubo, que pode servir de fertilizantes para a horta e plantas em geral?

Pois sim, os benefícios da prática da compostagem são enormes:

  1. Reduz a quantidade de resíduos enviados para aterro sanitário gerando economia aos cofres públicos, que pagam pelo peso coletado e ainda minimizam os impactos negativos sobre o meio ambiente;
  2. Reintroduz matéria rica em fertilizantes para o solo, adubando as plantas.
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Composto para ser presenteado (Foto1: Regina Moura)

Mas será mesmo possível fazer compostagem doméstica?

A Plataforma Ituiutaba Lixo Zero garante que sim e, nesse sentido, promove oficinas de produção de composteira e de compostagem, e atende grupo de pessoas interessadas em aprender a técnica, que é, por sinal, muito simples.

Para comprovar isso, apresentamos os resultados trazidos pela associada da PILZ – Plataforma Ituiutaba Lixo Zero, Regina Moura, fisioterapeuta e Ituiutabana, que em dezembro de 2016 solicitou uma oficina de compostagem em sua casa.

Na ocasião passamos por três etapas:

  1. Definição do local: no caso dela o local definido foi um espaço de terra, direto no solo que recebe um pouco de sol e sombra. Em tempos de seca ela vai precisar aguar em alguns dias da semana.
  2. Demonstração da mistura NITROGÊNCIO / CARBONO: Nitrogênio são os resíduos orgânicos: cascas cruas de frutas, verduras, legumes, cascas de ovos, borra de café e grãos e sementes e, o carbono é a Serragem, nem muito grossa, nem muito fina.

A proporção é 1 para 2 – 1 nitrogênio para 2 carbonos.

Para cada porção de nitrogênio, ou seja, de resíduos, duas porções de carbono, ou seja, de serragem devem ser adicionadas.

Os resíduos devem ser misturados com uma porção de serragem e disposta no solo, na sequencia esse montinho deve ser coberto com a segunda porção de serragem para que se evite a proliferação do cheiro, mantendo assim todos os animais indesejados longe da compostagem.

3. E disposição no solo: Simples, limpo, seco e vivo!

Resultados práticos: Sim, é possível fazer compostagem doméstica

Três meses depois recebemos a seguinte mensagem da Regina Moura, associada da PILZ:

“Olha que maravilha: só hoje resolvi colher os frutos…. Estou impressionada! Sumiram TODOS os resíduos que se reverteram em uma “terra” pura, sem cheiro! Achei um pouco grossa, pois assisti a uma palestra e ganhei uma amostra: era mais fina a textura. Mas a minha está linda! ” (Depois soube que ela pode ser peneirada, mas preferi manter dessa forma).

“Estou achando o máximo! Quando vejo a lixeira quase vazia… é perfeito! Resolvi presentear e preparei essas embalagens para motivar familiares e amigos a fazerem o mesmo. Estou orgulhosa: ficou bonitinho e as pessoas que eu presentei amaram, disseram que vão colocar nos vasos e em jardins. ”

E ela ainda fecha sua fala dizendo que: “ Nesta quarta-feira irei à casa de uma amiga mostrar como fazer!!! Vamos multiplicando a ideia…”

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O composto finalizado (Foto 2: Regina Moura)
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Reduza o “lixo”. Faça compostagem! (Foto 3 – Regina Moura)

Taí, não temos dúvidas de que é possível fazer a compostagem doméstica, diminuir a quantidade de resíduos enviada a aterro sanitário, poupar os cofres públicos, diminuir o impacto nos solos e agua e ainda por cima participar de um movimento de enriquecimento dos solos, reintroduzindo fertilizante natural feito em casa e que pode ser presenteado às pessoas queridas.

E você? Já tentou ou quer começar?

Você já tentou fazer compostagem em casa? Teve resultados positivos ou algum problema? Quer continuar a tentar e aprender de uma vez por todas?

Conte conosco: forme um grupo de 10 a 20 pessoas e entre em contato conosco. lixozeroitba@gmail.com / 34. 99690 1979 e acesse nossas redes: https://plataformaituiutabalixozero.wordpress.com/

Facebook: https://www.facebook.com/plataformaituiutabalixozero/?ref=settings

Basta você começar!

* Alice Drummond – mestre em governança de resíduos sólidos pela Sorbonne Paris 3, consultora em gestão de resíduos sólidos pela Resíduo de Valor e diretora executiva da Associação Plataforma Ituiutaba Lixo Zero

Programa Lixo Orgânico Zero em Lages-SC

*Por Germano Güttler

O Programa Lixo Orgânico Zero (PLOZ) teve início na cidade de Lages no final do ano de 2012. Este programa começou a ser idealizado em 2005, quando fazíamos trabalhos de extensão universitária em escolas públicas, de primeiro e segundo grau, que tinham como objetivo a implantação de hortas nestas escolas. E nessas hortas sempre utilizamos os resíduos orgânicos das cozinhas destas escolas. Entretanto, estes trabalhos apresentavam pequenos resultados, pois fazer uma horta é uma atividade cansativa e que exigia muito esforço físico de professoras e estudantes. Em cerca de sete anos desta atividade, tínhamos 4 ou 5 escolas que conseguiam, com muito esforço, manter hortas produzindo hortaliças.

Horta PLZO Lages

Foi nesta época que mudamos o foco dos trabalhos pois verificamos que o lixo orgânico era um dos maiores problemas ambientais de nossa cidade. Colocamos como prioridade o manejo destes resíduos orgânicos e, sempre que possível, utilizando estes resíduos para montar uma horta. A horta passou a ser uma consequência da compostagem. Nessa época, no ano de 2012, foi quando criamos um sistema mais eficiente e mais fácil para usar estes resíduos e batizamos esta nova técnica de mini compostagem ecológica (MCE).

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As MCEs que criamos não eram somente uma compostagem. A MCE é um método diferente de fazer uma horta. Consiste nas seguintes etapas:

  • Separar, na origem (nas cozinhas), os resíduos orgânicos dos demais resíduos sólidos;
  • Escolher um local para fazer a MCE. Pode ser um canteiro no solo, uma jardineira, um grupo de vasos, entre outros;
  • Os resíduos orgânicos devem ser colocados sobre a terra, concentrados em uma camada de 8 a 20 cm de altura, sem espalhar;
  • Deve-se cobrir os resíduos orgânicos com uma camada de 3 a 5 cm de material orgânico de difícil decomposição e granulometria fina, tais como grama cortada, serragem, cinza de termoelétrica, folhas secas trituradas, podas de jardim trituradas entre outros;
  • Repetir este processo diariamente colocando os resíduos orgânicos lado a lado cobrindo o solo sem deixar espaços entre as colocações, formando uma compostagem laminar sobre o solo que vai, a cada dia, cobrindo mais uma área deste solo;
  • É necessário mexer com um garfo de jardim algumas vezes (geralmente uma vez por semana), facilitando a oxigenação da compostagem, pois evita a presença de moscas, elimina eventual mau cheiro e acelera o processo de decomposição. Sempre que for necessário, após a aeração, cobrir novamente com os mesmos materiais para que os resíduos orgânicos não fiquem visíveis;
  • Após 30 a 40 dias a compostagem estará pronta, e devemos plantar mudas ou sementes de hortaliças, temperos, chás, flores sobre o material já decomposto. Este processo também pode ser realizado em um local fechado (como uma garagem) e o material, depois de pronto, pode ser levado para uma horta ou jardim.

Seguindo estas orientações, o solo fica completamente coberto com uma espessa camada de matéria orgânica humificada. Todas sementes ou plantas, que estavam neste solo, são sufocadas por esta camada e a vegetação não brota e as sementes de inços não germinam. Portanto, o solo do canteiro não necessita ser virado com pá e também não se faz necessário o uso de enxadas para capina após o plantio das hortaliças. Esta espessa camada também mantém elevada a umidade do solo e a irrigação pode ser reduzida em 60 a 80% quando comparada com uma horta tradicional.

Acreditamos que as nossas MCEs resultam em hortas que exigem menos de 20% do trabalho necessário para montar e manter uma horta tradicional. A MCE forma uma horta que dispensa o uso de pás, enxadas e quase dispensa o uso de regadores e mangueiras. A facilidade em montar uma horta sobre uma MCE é tão evidente que, durante os anos de 2013 e 1014, este sistema foi amplamente divulgado pela nossa cidade e mais de 100 escolas aderiram ao projeto e atualmente (final de 2015) mais de 70 destas escolas estavam mantendo o projeto mesmo sem acompanhamento e orientação dos bolsistas do projeto, mostrando que é uma tecnologia social, aberta e de fácil propagação.

PLZO LAges

Utilizando as escolas públicas e as agentes de saúde do município como base de divulgação desta proposta, e apostando na capacidade de auto disseminação da tecnologia das MCEs, acreditamos que atingimos, com um baixíssimo custo, cerca de sete a dez mil residências, aumentando a compostagem residencial para mais de 30% dos domicílios de nossa cidade.

 

Para acompanhar as notícias e aprender mais curta a página do projeto no Facebook: https://www.facebook.com/lixorganicoZERO

Germano Güttler é Professor do Departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

Contato: 49 9992-6171